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Em 2003, um convênio de revitalização da Rádio Nacional do Rio de Janeiro é firmado com a Petrobras destinado à reforma das instalações e reequipamento técnico.

Cristiano assume a chefia da Rádio, seu processo de revitalização e a supervisão das obras que começam com a derrubada das paredes do 21° andar, onde foram construídos o estúdio Mário Lago, o estúdio de gravação Paulo Tapajós e uma nova discoteca. O lendário auditório é reconstruído e batizado de Radamés Gnatalli. Equipamentos modernos foram adquiridos, aptos a receber a tecnologia digital e um sistema irradiante.

A inauguração das novas instalações da Rádio Nacional ocorre em 2 de julho de 2004 com espetáculo apresentado pelo ator Gracindo Júnior, conjunto regido pelo maestro Ivan Paulo e participação de grandes nomes da Rádio Nacional como Jamelão, Cauby Peixoto e as rainhas Emilinha Borba e Marlene, além de Carmélia Alves.

Apaixonado pela dimensão histórica e pelo significado da Rádio Nacional, Cris inicia um novo ciclo com formação de nova equipe, gestões para a recuperação e digitalização do acervo histórico e implementação de nova grade de programação: o programa Época de ouro, com o tradicional conjunto de choro Época de Ouro, fundado por Jacob do Bandolim; o Dorina ponto samba, apresentado pela sambista, expressão legítima do samba carioca, recebendo artistas como Monarco, Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Walter Alfaiate, Velhas Guardas das Escolas de Samba, Luís Carlos da Vila, Mauro Diniz; o programa infantil Rádio maluca, com Zé Zuca; No tabuleiro do Brasil, com Geraldo do Norte, que reúne a legítima música regional de todo o país; Amigo da madrugada com Adelson Alves, reunindo talentos consagrados e novos valores do samba; o Bate bola nacional, entre outros.

Em 2006 discorda dos rumos dados à revitalização da Rádio Nacional, demite-se do cargo de diretor e vários programas criados em sua gestão são suspensos. O conjunto Época de Ouro em solidariedade interrompe o programa.

A Radiobrás é substituída pela Empresa Brasil de Comunicação em 2007.

Em 2009 é nomeado gerente regional de Rádio da EBC tendo sob sua gestão a Rádio MEC AM, MEC FM e a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Um reconhecimento pelo seu trabalho iniciado na Rádio Nacional.

A partir de então, promove mudanças significativas na programação das emissoras MEC AM e FM e Nacional, recuperando os programas de sua gestão anterior e implantando outros dos mais variados estilos: o programa Garimpo, comandado e produzido pelo compositor e violonista Cláudio Jorge que se propõe à divulgação da produção musical independente; um programa de forró, o Puxa o fole, na Rádio Nacional, com José Sergival; Ouvindo música, com Marcelo Guima, na Rádio MEC AM; Blim blem blom, com Tim Rescala, voltado para música clássica para crianças, na MEC FM; Kinoscope, com Fabiano Canosa, transmitido pela Rádio MEC AM e FM e que recuperou a tradição de programas de música de cinema da Rádio MEC, e Funk nacional, entre outros.

Cria o Núcleo de Radiodramaturgia, com a veiculação semanal de programas a partir de textos de dramaturgia, com a produção e difusão também semanal do programa humorístico Revista riso, além de inserções de charges sonoras ao longo da programação.

Devido ao estado precário da conservação do edifício A Noite, a Rádio Nacional se muda para o prédio da EBC no Rio, na rua Gomes Freire, na Lapa, com a promessa de que serão empreendidas obras naquele prédio. O programa de auditório Época de ouro passa a ser transmitido ao vivo e apresentado por Cristiano, diretamente da Sala Funarte Sidney Miller.

Inicia uma luta apaixonada para o tombamento, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Rádio Nacional do Rio de Janeiro como patrimônio imaterial e do edifício A Noite, sede durante anos da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

Em 2013, o Iphan finalmente aprova o tombamento do prédio, primeiro arranha-céu da América Latina. Cristiano declara na imprensa: “O tombamento do A Noite é um presente para a Rádio Nacional, para os ouvintes e para a cidade. Não se pode falar em revitalização da Zona Portuária sem que a Rádio Nacional e o edifício A Noite estejam incluídos. A Rádio Nacional e o edifício A Noite, construído pelo grupo que a criou, fazem parte do mesmo corpo”.  Entretanto, manobras políticas o afastam da Gerência Regional de Rádio da EBC, mas permanece na empresa como assessor na área de acervos, dedicando-se, entre outras atividades, ao processo de criação do Museu da Rádio Nacional até 2015 quando se desliga de vez.

Ironicamente 11 dias depois do seu falecimento em 2016, por ocasião dos 80 anos da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, é anunciado que o edifício A Noite pertencente à União, em conjunto com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), deve ser colocado à venda por licitação. É poupado da notícia que sua querida NACIONAL não voltará “para casa”...

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